Olhar Profundo

Algum dia, na tua vida, tentaste olhar dentro do coração de alguém? Tentaste ver o quanto esse alguém pode estar triste e doente de tanto chorar?  

Não? Então experimenta.

Se calhar, se o fizeres, vais encontrar coisas que nunca imaginaste que eras capaz de descobrir. Se calhar, encontrarás segredos, vontades, promessas perdidas e mentiras. Mas, se fores ao interior, aos confins do interior, provavelmente, como quase em todo o ser humano, o que mais irás encontrar é o quanto muitas dessas pessoas tentam mostrar ser fortes, quando nada parece certo e tudo parece errado! Tu? Tu não escondas!
Nem toda a gente pode estar bem, é certo, toda a gente queria ser outra coisa qualquer que não fosse a que são, e viver outra vida que não fosse a que vivem, mas, o fundamental é estar vivo, é sentir a própria vida! Tu? Tu nunca desistas!

Não te entendes muito bem? Um dia, alguém disse: “ Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma bênção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.

Só que de vez em quando vem a inquietação, quero entender um pouco. Não demais, mas pelo menos entender que não entendo.”

Por isso, quando não te entenderes, não faças o mesmo de sempre, não digas sempre as mesmas coisas. Se te pedirem um sorriso, mostra-o, mas não mostres um sorriso, principalmente, a ti mesmo, a fingir que é verdadeiro. Luta sempre, até que a vida, um dia, seja ele quando for, inexplicavelmente, inabalavelmente, desesperadamente, o faça realmente ser e valer a pena!