quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Apenas mais um Dia


Não sou nem mais, nem menos do que outra pessoa qualquer. Não tenho em mim a perfeição. Deus sabe que não. Dentro de mim, tenho um pouco de todos e todos, têm um pouco de mim. Gosto de segredos, daqueles bem guardados. Únicos. Uma vez atados jamais serão soltados. Revelo-me muito pouco. Sou muito reservado. Crio o meu próprio mundo. Vivo sozinho. Sem que qualquer companhia me faça feliz. Vivo mil e uma paixão dentro do meu peito. Quero tanto de mim que tenho dificuldade em obter resultados. Sou egoísta. Muitas das vezes depois de ter aquilo que quero, não me importo mais com as horas. Não me importa mais onde estou. Não me importo mais com quem estou. Não me importo com mais nada a não ser o fim. Já no fim, pergunto-me: ”Porquê, Para quê, João?”
Encontro a resposta mas não quero saber daquilo que estou a sentir. Nego. Nego até à morte. No fim já nada resta. No fim a vida já passou e eu perdi a boleia. No fim olho para trás e não sinto o que desejava sentir. Não me sinto vivo.
No fim, o dia termina. A noite cai. O escuro apodera-se de todos os cantos e recantos. Desço ao meu lugar. Volto ao meu canto. No meu canto os dias de Inverno trazem-me à memória momentos de um passado nunca esquecido. Cada dia é diferente. Cada dia é uma nova lembrança.
Hoje é algum dia em especial para mim? Não. Hoje é apenas mais um dia, do resto da minha vida!



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