Não sou nem mais, nem menos do que outra pessoa
qualquer. Não tenho em mim a perfeição. Deus sabe que não. Dentro de mim, tenho
um pouco de todos e todos, têm um pouco de mim. Gosto de segredos, daqueles bem
guardados. Únicos. Uma vez atados jamais serão soltados. Revelo-me muito pouco.
Sou muito reservado. Crio o meu próprio mundo. Vivo sozinho. Sem que qualquer
companhia me faça feliz. Vivo mil e uma paixão dentro do meu peito. Quero tanto
de mim que tenho dificuldade em obter resultados. Sou egoísta. Muitas das vezes
depois de ter aquilo que quero, não me importo mais com as horas. Não me
importa mais onde estou. Não me importo mais com quem estou. Não me importo com
mais nada a não ser o fim. Já no fim, pergunto-me: ”Porquê, Para quê, João?”
Encontro a resposta mas não quero saber daquilo que
estou a sentir. Nego. Nego até à morte. No fim já nada resta. No fim a vida já
passou e eu perdi a boleia. No fim olho para trás e não sinto o que desejava
sentir. Não me sinto vivo.
No fim, o dia termina. A noite cai. O escuro
apodera-se de todos os cantos e recantos. Desço ao meu lugar. Volto ao meu
canto. No meu canto os dias de Inverno trazem-me à memória momentos de um
passado nunca esquecido. Cada dia é diferente. Cada dia é uma nova lembrança.
Hoje é algum dia em especial para mim? Não. Hoje é
apenas mais um dia, do resto da minha vida!
Sem comentários:
Enviar um comentário